
Metade dos problemas nacionais deve-se não à falta de meios, não à falta de talentos, não à falta de vontades, mas a uma falta mais grave: à falta de MIMO. O Mimo é aquela coisa pequenina que nos faz sentir suficientemente grandes para aguentar as mesquinhas mediocridades do dia a dia.
O Mimo é o modo português de voltar à infância, ou melhor, de dar uma volta à infância. O Mimo nada resolve, mas relativiza os problemas. É a doçura com que finge e consegue consolar as agruras mais agrestes deste mundo.
Os meninos e as meninas mimados são sempre as pessoas mais brilhantes (e egoístas) mais seguras (e teimosas) e mais encantadoras (e fatais). O Mimo é um escudo invisível. A amimia - ou falta de Mimo - provoca os maiores desastres humanos. (...)
No fundo, mimar é o bem habituar mal quem se gosta. (...)
O Mimo é um câmbio de extremos e de branduras entre dois actores que se sentem tão seguros com os seus papéis que os podem trocar sem fazer confusões. A teatralidade do Mimo é uma consciência deliciosa. O Mimo tem o “Mim” lá dentro e vai até ao fundo profundo de qualquer “Mim”, até ao imo. O Mimo é o imo de “Mim”. É por isso que é pequenino, é por isso que tão inho, tão menino, tão menina, sempre sem tino, andando sempre à bolina, andando dentro do coraçãozinho de mim. A equação é: mim mais imo é igual a Mimo.
Miguel Esteves Cardoso
1 comentário:
O MIMO ca em Leiria é um museu de imagem e movimento
/me olha po ar e assobia :P lool
pronto..era so uma piada sem piada :|
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